Time do interior faz história no Barradão e impede o inédito pentacampeonato estadual do Vitória
O Davi venceu o Golias. De forma heroica, o Bahia de Feira venceu o Vitória no Barradão por 2 a 1 e conquistou o inédito título de campeão baiano. A equipe de Feira de Santana demostrou desde os minutos iniciais que estava disposta a fazer história. Apesar de ter saído atrás no placar, o Tremendão manteve a determinação e, após dominar completamente o Leão no segundo tempo, chegou ao triunfo. Dentro do Barradão, o Bahia de Feira impediu o inédito pentacampeonato rubro-negro.
O heroi do interior foi João Neto. O atacante, que pode trocar o Bahia de Feira pelo Vitória nos próximos dias, mostrou que a negociação não mexeu com o seu psicológico. O atacante comandou as ações do time feirense e foi decisivo na partida. João deu o passe para o primeiro gol e marcou o segundo.
Com a conquista do Tremendão, o título de campeão baiano volta para Feira de Santana após 42 anos. A última vez que a segunda maior cidade baiana havia conquistado o troféu foi em 1969, com o Fluminense de Feira. A pequena torcida do Tricolor do interior fez muita festa ainda no Barradão. Festa que, nas próximas horas, vai tomar as ruas de Feira de Santana.
O jogo
A partida começou bastante movimentada. Com a necessidade de vencer a partida, o Bahia de Feira começou com tudo e pressionou o Vitória desde os primeiros minutos. O Rubro-negro sofreu uma baixa importante logo aos sete: Eduardo Neto, sozinho, sentiu um problema muscular e foi substituído por Léo.
Somente após os dez minutos, o Vitória chegou com perigo pela primeira vez. A partir daí, o jogo ganhou ares de uma grande decisão. O Leão passou a explorar o contragolpe, enquanto o Tremendão fazia o seu jogo. Porém, mesmo com o melhor futebol do Tricolor, foi o Vitória que chegou primeiro ao gol. Após um contra-ataque rápido, Nikão foi derrubado na entrada da área. Geovanni bateu com muita categoria e abriu o placar.
Apesar da desvantagem inicial, o time do interior continuou com a mesma determinação. No entanto, enquanto se jogava com todas as forças ao ataque, o Bahia de Feira deixava a defesa desguarnecida e o Rubro-negro aproveitava as brechas. Aos 43, Elkeson entrou livre e, na cara do gol, conseguiu perder uma chance incrível.
O castigo chegou logo depois. No último lance do primeiro tempo, após um escanteio cobrado por Bruninho, João Neto desviou de cabeça e Allyson escorou para as redes de Viáfara.
Segundo tempo de domínio feirense
Após o gol no último minuto do primeiro tempo, o time do Bahia de Feira voltou para a segunda etapa cheio de vontade. O Vitória sentiu o gol e assistiu ao Tremendão jogar. Aproveitando a chuva que caía no Barradão, o Tricolor passou a sufocar o Rubro-negro. Aos 21, João Neto recebeu um belo passe de Léo e, de bico, colocou o Bahia de Feira em vantagem. O gol deixou o Vitória completamente perdido em campo. Desesperado, Lopes mudou o time na tentativa de chegar ao empate, resultado que lhe daria o título.
Porém, quem via a partida acompanhava um verdadeiro baile do time feirense. O Vitória tentava chegar ao gol na base da raça, enquanto o Tremendão esbanjava técnica e, mesmo no gramado pesado do Barradão, tocava a bola com muita categoria. Com Rildo e Neto Baiano em campo, o Vitória passou a ser mais incisivo. Aos 34, Neto recebeu na cara do gol e Jair operou um milagre.
Aos 36, um lance polêmico. Neto Baiano foi derrubado na área. Cléber Abade marcou pênalti. No entanto, o auxiliar Roberto Braatz assinalou impedimento no momento do passe. Abade voltou atrás e anulou a penalidade, confirmando a irregularidade no ataque rubro-negro.
A partida ganhou ares de drama. Por reclamação, o goleiro reserva do Vitória, Douglas, foi expulso. O clima era de tensão nas arquibancadas. A torcida do Vitória assistia diante dos seus olhos a uma reedição do filme de 2006, quando o time foi derrotado no Barradão pelo Colo-Colo. Na ocasião, o Vitória também deixou escapar o pentacampeonato estadual.
Após o apito final, a pequena torcida feirense fez a festa. A comemoração vai continuar nas ruas de Feira de Santana, segunda maior cidade baiana. Após fazer história, o Tremendão enfim pode entoar o sucesso, o xará Erasmo e do Rei Roberto Carlos e afirmar de peito aberto: “Sou o bom! Sou o bom! Sou o bom!”
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